Primeira Eurotrip de um casal gay
Os publicitários brasileiros Julio Bedin e Rogério Rabitto contam como se sentiram em sua primeira viagem pra Europa
Nossa primeira viagem pra Europa foi um sanduíche com duas camadas de Barcelona e uma de Berlin no meio. A época foi excelente, final de maio começo de junho, tudo a pleno vapor, mas sem a multidão de turistas comum nas capitais catalã e alemã nesse período. É impossível fazer esse “relato” sem que haja comparações com nossa terra natal, o Brasil.
A primeira coisa que percebi na Europa, tanto em Barcelona quanto em Berlin, foi uma “dignidade comum” a todos. Uma situação de respeito como se fosse oxigênio, ou seja, básica para a sobrevivência de um estilo de vida muito diferente do nosso: olhares sem julgamento, aliás, muitas das vezes, nem olhares haviam. A sensação de liberdade é permanente, perfeito para casais gays oriundos de terras homofóbicas.
Primeira parada: Barcelona
Barcelona parece um Rio de Janeiro que deu certo, triste dizer isso, mas é a realidade. Quente e alegre. Pode-se caminhar pelas ruas sem medo, apesar de valer uma atenção especial com a bolsa quando estiver pelas Ramblas, com turistas do mundo inteiro encantados e seduzidos pelo charme da cidade, um presente para mãos leves em qualquer parte do mundo, mas há policiais, muitas vezes lindos, por toda parte. Prédios belíssimos, um grudado no outro com uma gente tranquila e muito simpática.
Um hotel gay emblemático
Escolhemos um hotel criado especialmente para o público gay, o Axel One. São tão gays que se intitulam “hetero-friendly”, impossível não se sentir em casa. Uma particularidade, todo apartamento tem uma plaquinha DISTURB, basta colocar na porta que a possibilidade de fazer “novos amigos, é enorme. Fica numa região central, porém sossegada para os padrões brasileiros, Eixample.
É possível encontrar facilmente lojas e restaurantes com o arco-íris orgulhoso na porta. O elo com o Rio tem um pouco a ver com o culto ao corpo, muitas academias e praia! A mais gay delas é Platja de Mar Bella, muita infra, muita liberdade. Super vale um close. Você tem muito topless, calça jeans, nudismo, gente comportadinha e as mais soltinhas em harmonia e muita sangria, um drink local feito à base de vinho espumante servido em jarra. Delícia!
Não deixe de ir a Sitges, uma cidade balneário que fica a 30 minutos de trem partindo do centro de Barcelona. Muitas praias gays e um clima de muita sofisticação. No começo parece um vilarejo antigo e de repente vira uma orla com prédios e casas chiquérrimas, tudo junto, acessível e organizado.
Partiu Berlim!
Então fomos para Berlim. Escolhemos a mesma rede Axel para nos hospedar lá. Acertamos na decisão, pois houve um desencontro de informações da nossa reserva e pra compensar nos colocaram na melhor suíte do hotel, foi engraçado.
Mas não precisa se hospedar em hotel gay, foi uma escolha nossa, pois se tem uma coisa em Berlin é privacidade. Ninguém, jamais vai te incomodar por você ser gay ou um alienígena, ja-mais! Principalmente se você estiver no charmosíssimo bairro de Schoneberg. Cafés e restaurantes com muita história, aliás, Berlin toda tem muita história e você vai perceber que é muito recorrente em alguns pontos da cidade a memória do Holocausto “para que não se esqueçam” do que foram capazes de fazer.
A cidade é linda e rica, mas as pessoas são simples, sem ostentação. Não há uma ligação visual com a estética alemã do tipo oktoberfest que temos no Brasil, pois Berlin é prussiana e os alemães do Brasil são bávaros, tipo do interior, dá um google aí que a história é longa.
A cultura leather-fetiche é latente, há muitas lojas especializadas e obviamente lugares para práticas do tipo. As pessoas fumam muito, mas bota muito nisso. Pelo que entendemos, é uma opção dos estabelecimentos proibir ou não o uso do tabaco. Existe aquela Berlin burlesca/underground/chic/decadente do imaginário coletivo e ela fica em Kreuzberg. Fomos ao Südblock, bar frequentado por muita gente de fora, mas que vive em Berlin, bem legal; ao ORA, uma antiga botica/farmácia de 1961 que transformaram num bar/restaurante muito lindo, os banheiros originais arrepiam e ao Roses, um inferninho com paredes e teto de pelúcia cor de rosa, com muita gente fumando, bebendo e dançando, a música é ótima.
De volta a Barcelona
Foi muito legal ir a Barcelona duas vezes na mesma viagem. O retorno possibilitou um olhar mais calmo e descomprometido, tipo “já somos de casa,” sério! Saímos do aeroporto num AeroBus, um serviço de transporte coletivo que super funciona, por 5,90€; em Curitiba, nossa cidade, tem algo parecido , mas o catalão bem mais moderno e confortável. Então descemos numa das muitas paradas e fomos, a pé, em calçadas perfeitas, empurrando nossas malas, bem de boa.
Tanto em Berlim quanto Barcelona dá ir pra todos os lugares de bicicleta tem ciclovia por toda parte, patinete elétrico faz muuuuito sucesso. Fomos a uma domingueira, a Black Room, lembra a The Week no Brasil, muita gente sem camisa dançando, incontroladas, uma música bem boa.
Uma boa dica é levar uma mala grande pra despachar e comprar outra de bordo na Europa pra poder levar delícias de Barcelona e de Berlim pro Brasil sem pagar excesso de bagagem pra relembrar dessas cidades maravilhosas.
Encontramos muitos brasileiros durante toda a viagem, em todos os lugares, muitos mesmo. O que foi bom, ajudava a gente a voltar um pouco pra realidade, a Europa é sonho incrivelmemte real.
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